segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tempos contados...



No fundo, um rumor enfrenta o vazio. Brigam, debatem-se, estranham-se amam-se. Perfeitamente brutal. O sangue que corre nas veias geladas de preocupações, correrias, ajudas febris, se omite do rosto espalmado, da vida em estado de luz ou suores. Eternos princípios fugazes, que se estendem mais que o esperado, fazem voltar-se e olhar para trás. Sem rodeios, ou mesmo ironias, as sagas viventes que seguem proferindo as lamúrias solidárias. Achados de lanças do mato, forças tiradas de olhares que cortam o vento da pista fria. Ela queima ao sol. Enlouquece. O barulho, os lugares, o novo, o belo, o encanto do todo, do meio, do extenso que vai. O cômodo que dá de presente, assusta. Não dá. Já não é mais. Tempos contados, migalhas de vida, lambida pela boca da sorte.O que fazer? Lutar ou correr... ficar ou vencer... disparar ou perder... Dicotômica é a vida. Vou passando por ela na corrida, atrás dos sonhos, do mundo, do ônibus. Pare pra pensar, pare pra sonhar, pare pra estar. Somente estar. Barras repetidas, produto de mim. Como montar, construir, agrupar o que não é reflexo. Formações, estão por todos os lados. Ainda mais as do meu ser. Formações rochosas de mim, do meu querer. A vida. Luta, corre, escreve, senão vai atrasar. O plano, o existir, a chegada.

sábado, 8 de agosto de 2009

Fluir-se e ir-se ir-se ir-se...


Mais um mês, já perdi as contas, porque nem paro pra contar.
Mais um mês de amor eterno, que chuta as barreiras pra fora do eu e do nós.
Mais um mês que te amo e reforço o amar, por ti
minha vida
quero transgredir-te.
Estátua de mármore aceso que brilha e me esquenta no sono doce, teu lado.
Me denota, me derrota no cansaço de febres-sussurros.
Nas areias, de praias, desertos, poeira , de quartos, inteiros, metades, laranjas, pedaços, desejos, infinitos de flores que vibram.
Sem monotonia, disparando forçado rumo a mim, ao meu tu. Te pertence, te pertenço.
Me entende? É difícil entender a si próprio, já que somos um só.
Minha vida, tua, eu, você, nós, sem erros, no acerto diário de falhar.
Feridas da dura vida que são lambidas pelo cachorro fofinho e carinhoso que é nosso amor.
Ele pula, tudo supera, brinca, distrai. Ajuda a ir levando, te amando, esse fofão.
Não tem nome, nem canção. Sei o porquê. É singular.
Não tô doida, embora pareça. Minha loucura é de você, não de escrever. As letrinhas me embaralham e eu desconto, na mesma moeda, de cara limpa e com a coroa de princesa que me deu a me escolher pra ti.
Formando os meus versos, minhas linhas, apertadas pra dizer que eu te amo sem fronteiras, porque a vida contigo é mais do que eu posso explicar.
Nem junções de signos lingüísticos, de formas, imagens, fotografias, complexos infográficos ou simplesmente tabelas seriam capazes de traduzir.
Amor. Figurado na vertente de uma curva louca do ônibus deserto, vigente na incessante ventania da noite. E eu, cansada da vida, do dia, me aconchego no teu ombro, de cheiro, te cheiro, adormeço. Sonhos.
Lindos.
Me vigoram sanções subliminares.
Quero-te sem constrangimentos para formarmos um todo de iguais sentidos que apenas nós podemos formar.
Me largando, seria homicida, suicida, já que mataria o nós, o sentir de vibrantes intenções, um pra sempre que só tem constituições quando a distância se faz pequena na nossa infinidade desregrada. Espero desde já o sempre e sei que como ele não avisa quando aparece, querer e aproveitar no hoje e no ontem, porque o sempre é o agora.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Encantos de um namorimento – os convívios com fosfurina

Se eu estivesse acordada talvez elucidasse a vontade recôndita de jamais sair desse estado. Mas já me lembro...estou meio cansada, pra dizer, estou inebriada, parece que fiquei lá por terras de além. Com a fosfurina, esse pozinho mágico que brilha feito vaga-lume, escuro ou claro, teima em viver. Esse pozinho aceso, de empolgações escondidas que pinga nas vidas de gente, que pensava não mais se encontrar. A fosfurina, composto imposto nos olhos, nas vistas, olhares e modos, parece açúcar ou droga, mas deixa-se lúcid@ ainda. Não me pensem senhores, usuária de pó ou de pedra, - aversões, arrepios e nojos desses maus hábitos possuo!, com todo respeito a quem a eles se entrega – apenas uso do amor como regra pra deixar fluir minha vida. A fosfurina é pozinho comum em contos de fadas, como o daquele garoto-safado que jamais queria esticar. Só que a fosfurina é só minha trazida por boca, por cheiro, pelo orvalho das ruas. E acabei de me apropriar. Achei essas graças no lusco-fusco do pôr-do-sol, que minha alma me ensinou dias passados. Ele o fez conceito, e desse peguei o jeito pra demonstrar o que passa aqui. Ilusão de batismo sem água, me faz sempre doce e deságua nas areias de minhas montanhas. Tua fosfurina, me entrega na força na sanha. Te conheço teus olhos com aquele sinhinho fundilho que parece acender e piscar. Que nem minha fosfurina. Meu pescoço, tua mordia. Teus dentes são o carinho que agora aprendeu a usar. Desconectadamente vou passeando querendo buscando te expressar. Me perdoa se não me fiz clara. Mas parecem as palavras jogos pedindo para eu montar. Somente sei qu a montagem é abstratamente não conversiva. Mas sei que me entendes minha vida, porque tu és minha própria montagem. Nosso movimento revolucionário de nós. Namorimento de luz, de vida, de encontro, de apoio, de luta, de voz, de estrelas. Fosfurina.


Te amo, mesmo que a gramática inverta as coisas. S2

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sábado, 30 de maio de 2009

Brainstorming...


A boca

É o portal de entrada e saída de códigos, signos e linguagens. É fala, comida, beijo, respirar. Energias vem, energias vão. Positivas e negativas. E só há de se guardar o sorriso. O beijo sai da boca.Os dois sentimentos se encontram. Nela a gente sorve a saliva do amor do outro. Engole a dor do amor do outro. Mastiga o outro. É rosa, é vermelha, é doce, de sal, fina, de carne. Aglutina intensidade. Sensorial, vertente, ponto de encontro, choque, afeto. Abre para ...



O Beijo

Encontro. Duas bocas, um sentimento. É aquela expressão pura. A vontade externada do amor que se materializa. É o impulso constante. Satisfação de um desejo. Varia. Pode ser rosa, azul, amarelo, negro. Depende. De estado de espírito, graças, sentir. É ponte. É saudade. É despedida. Antes, durante ou depois. Mas sempre é complemento. É abstração material. Concretiza-se em...


Amar

Imaginar e não conseguir. Talvez essa seja a premissa do amor. O impensável. Vitória na doma do arisco emaranhado de músculos e veias que teima em bater forte e fazer as mãos soarem feito iceberg com o Aquecimento Global. Não preserva. Só quando já passou a prazo de validade. É emocionar-se pela qualidade quantitativa dos deslumbramentos sucessivos em tempos recorrentes, diversos e difusos. Grande chiclete mascado pela dupla implicada. Os movimentos decidem se de lá sai uma massa sem cor rumo ao lixo diário ou um bela e grande bola. Que estoura cinco minutos depois. Na melhor das hipóteses.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Minha presença humana na tua presença sublime, endeusada

Para mi amore...

Doces, picantes, verdadeiras. Tuas caricias me instigam a buscar o sentido, o omisso, o lunar. Minha alma, de crateras abertas pela vida, que mesmo ainda curta, mostra seu rastro reprimido. Esboços de felicidades interrompidas, parecem ter se juntado pra te trazer, louvante, para mim. Intrépido, sangrento. Do sangue da existência, da lamúria aborrecida dos dias de felicidade. Estímulos palpitam fervilhantes impulsores, orgasmicos. Estrelas fulgurantes, mas não como no hino. Tuas caricias. Não são falsas. São heróicas. Elas são você. Minhas gotículas de alegria ou de suor, que escorrem das veias do meu ego. Ele semi-poliglota, de cultura engalfinhada, segue a sina estendida ao seu lado. Recusa-se ao caminho oferecido. Se move, e treme, teme, segue em frente. Verdades, sempre puras, quase nunca reveladas, merecem quase sempre mentiras de pano rasgado. Porque afinal, não se pode dizer que existam.


Me faz. Fazemos o todo do infinito. Loucuras, pendências, não pagamos. Esqueço que o ar vem reprimido. Respiro teu sorriso. Tua pele se aglutina em meu corpo, como partículas fagocitam as moléculas. Recorro a ruídos infindáveis. Te mostro toda dor que não passa. Não quer. Não quero. Te quero. Mais. E mais. E... mais. Vestido com meu rosto espalmado, teu ar me cobre, com os teus cabelos. Me volto as verdade indeclamáveis. Prefiro as caricias. Misturas generalistas, absurdas e possíveis. Inesquecíveis.


É quando te amo mais que as letras dos livros já escritos, no tempo antigo, na glória nova, nos recados do mundo. A areia é mensurável como o meu gostar de certeza. Ela me cai, como que querendo brincar. Já me apoderei. Não há dúvidas. Te amo e ninguém deve, pode ou via contestar. Não se contesta o incontestável, o legitimo, a presença humana, que louca esbarra numa outra presença humana, para findar num principio. O fim não chega pra quilo que está apenas começando. Porque fazemos o sempre a cada dia na imobilidade do lugar móvel, que é o amor.

domingo, 10 de maio de 2009

Posso ser o que for (preciso)


A perder de vista, hão de me encontrar. Em campos áridos, cerrados suntuosos. Num olhar perdido, atropelado na pista, por carros em panning . Na negra volante de um pensamento. No espelho da luz dos cabelos de um vulto. Na maçã mordida. No inseto que corre. Eu sou tua irmã, tua vida, tua lama. Teu próximo. Teu passado. Posso ser teu futuro, em brisa ou tempestades. Posso ser teu amigo ou tua comida. Eu cubro, desnudo. Não sou de plástico, nem sou de ferro. Sou toda a beleza de uma manhã oculta. A feiúra da ferida aberta. A verdade nos lábios do nada. Não sou santa, nem sou louca. Sou única. Plena. Não sou puta, nem sou bicho. Não sou Maria, mas tenho fibras. Posso ser o que for preciso. Sou animal com olhos de amor em brasas. Aquilo que sente. Ser, máquina, momento. Mulher, explosão, ventania.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pra mim: paixão




















Paixão
Por Sâmila Braga

Sentir-te-ei na brandura das sensações provocadas,
mo sublime toque sensual...
Teus afagos, carícias a muito desejadas,
me ingressam em viagem solene, sem igual...

Nocivas ternuras, milimétricas evocadas,
produzem murmúrios ofegantes, em emprego usual...
Loucuras mansas, turvas, encharcadas...
de amor sem fé, prazer descomunal....

Possuo-te tão pouco em momentos congelados
de lamúria evasiva, de glórias, torpor irreal.
Tua presença de amores em demasia ampliados,
inflamam minha pele, num calor vital.

O risco consome as vidas deflagradas,
Em tamanha ostentação de poder imperial...
Temer-lhe me traria frias madrugadas,
aproveitá-lo-ei num deleite brutal!


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