domingo, 3 de fevereiro de 2013

Feminismo também é florir-se



Distorcer. É o que mais se faz com o Feminismo e suas propostas. Uma matéria diz:

"No entanto, 70% das mulheres mais jovens disseram que se sentem pressionadas com tudo o que é exigido delas, como “ser uma amante incrível, uma deusa do lar, subir na carreira e parecer uma supermodelo”. A maioria das 1.300 entrevistas sentem que o verdadeiro feminismo deveria assegurar “chances reais de escolher sua família, carreira e vida”, além de reafirmar o valor da maternidade".

As pessoas não conhecem o que é o Movimento Feminista, nem suas bandeiras de luta. O feminismo não condena a beleza, nem a maternidade, nem a "carreira", muito menos a vida das mulheres. Ao contrário, o feminismo quer vida. E, vida livre. Livre de machismo, de homofobia, de opressão de classe. Está tudo atrelado. Quando conheci e comecei a ler um pouquinho, entendi que o que se pretende sendo feminista é valorizar a liberdade. Porque da mulher? Porque dela foi tirada essa liberdade por tanto tempo, em tantas coisas. E ainda falta. Porque a liberdade é vestida. E despi-la é pecado. Chamá-la-iam de vagabunda, vadia, piriguete, quenga véia, rapariga.

A crítica que faço à alguns movimentos é a mesma que concerne à sua origem. Ele está fechado em grupos vanguardistas. Vanguardas não são ruins. E se tratando de luta contra as opressões, são necessárias. A educação, que é privilégio de poucos, deixa discursos rebuscados, contextos distantes, verdades intocáveis. Contanto que os debates não vislumbrem de longe as realidades, a luta deve sempre seguir. No dia, nas frases, nas redes, nos olhares.

É preciso também libertar o feminismo. Deixar que se multiplique e que se entenda o que se quer. O fim de uma opressão. O fim das opressões. Consigo ver os argumentos mais próximos das mulheres, mas falta tanto. E, pois, o Movimento Feminista, entendido da forma simplista – em todas as diferentes correntes que lutam de alguma forma pela supressão da opressão – é mais do que necessário.

Feminismo também é opinião. E convencimento. Violência é concreta, amor não mata, o machismo sim. Mata, entristece, destrói dias, mentes, conquistas. Dar luz ao que está errado é papel das feministas. Seja na conversa com x amigx, seja na discussão com x chefe. Feminismo é florir-se. Encher corações. Nossas bandeiras não são só de pano-de-prato. Estejamos sempre grávidxs de ideias emancipadoras. Porque não é só mulher quem pari. E muito menos é só ela quem balança Mateus. É preciso de braços pro balanço, pro movimento. Muitxs, de todxs, múltiplxs.

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