segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Capítulo 5 - End!


Desistir não lhe era fato comum. Podia ser desafio conquistado. Sim, podia. Todavia, mais do que isso, era concretização do abstrato dentro dela. A liga era forte e os nãos pareciam só entorná-la. A atração, energia que fosse, não era suficiente pra ele. A moça repensou-se no banheiro. Mesmo dotada de toda aquela insistência e persuasão, não mais minaria-se por batalhas forçadas, carinhos arrancados, embora também oferecidos. Não devia ser, já que vulgarizava o sublime, pra ele.

Guerra perdida. Não haveria mais oportunidades para ele acender-lhe luzes fosfatas, consciências. Não teria tanta paciência, não buscaria mais cabimentos, só choraria por seu escuro adorado, sacro. Não levantaria discursos narcísicos, de tudo que se perdera. Afinal os conceitos que interessavam já haviam sido construídos por impulsos. Inverdades. E ele era para ela diferente, poderia até mudar-se ou voltar a parte boa que um dia foi. Mastigou a certeza de reconfiguração. Iria sim, mas agora por outros motivos.Perdas elucidadas subiriam pros pares de olhos.

Mesmo ali, onde ele negava e fazia, contradições, preocupava-se com olhares e pressões alheias. Ela entendeu que o muito especial fora um momento. E que as continuações não eram religiosamente praticadas. Mas seu consolo foi cansado. Um novo amor é sempre uma angústia pruma vida já preocupada. A moça ficou cansada somente por previsões. Um bom princípio, amor, corrosão do tempo, sustentação por companheirismos bairristas, um novo fim. Poderia ser diferente. Mas como as canções, os romances sempre repetem enredos. Desistiu.

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