“Las mujeres dibujaban sus palabras
en ropas y abanicos. Las manos que los
bordaban no eran libres. Los signos, sí”.
en ropas y abanicos. Las manos que los
bordaban no eran libres. Los signos, sí”.
Eduardo Galeano:::
Espejos – Una historia casi universal
Espejos – Una historia casi universal
Somos flores variadas que se inflam por prazeres de vida. Somos gente, e ao contrário do que dizem por ai, não queremos passar homens, subir, pisar. Nossa força é a união histórica de olhares. A ideia absurdamente perfeita de que somos iguais, não importando o gênero. Temos voto e participação política, mas queremos mais. Queremos caminhar ao lado, ter prazer junto, quebrar mitos. Queremos mais políticas de saúde e menos revistas pra conquistar machos. Mais emancipação política e menos falso poderio feminino. Mais orgasmos múltiplos e menos violências escrachadas e aceitas. Nos quartos, nas palavras, nas TVs. Mais flores, companheirismo, amores correspondidos. Mais amor livre e soltinho. Posto que somos Simones, Marias...
Não, feminismo não é femismo. É só o entender que existe uma dívida histórica e que é preciso saná-la. É a busca da liberdade de escolha. Escolha pelo lar ou o não-lar, pela cria ou a não-cria, pelo homem ou pela mulher. É agir sem amarras. A opressão nos ensina a coerência pelo anti-exemplo. Sofremos sacramentadas dores falidas. Mas o tempo de enxergar as contradições sempre foi o agora. Que acendamos nossos olhos, com ou sem maquiagem, à la vonté.
Que possamos ser lindas de shorts curtos ou grandes saias. Que não sejamos produtos, frutas ou carne apenas. Que possamos escolher ter ou não família. Que possamos ser piranhas de bom sentimento. Que possamos usar decotes e corações cheios. E que façamos isso por refletir e achar o certo. Que não herdemos as dores do mundo pelo fruto que não comemos. Que não abramos caixas escuras pelo ciúme que não sentimos. Que possamos abrir nossas pernas pra quem quisermos, se quisermos, sem choques ou taxamentos. Sim, que possamos. Que não nos calemos.
Negras, brancas, rosas, marrons, noites, dias, casas, calçadas. Que sejamos nossas, assim como nosso pensamento e vontade.
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