segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fui prum Encontro, me encontrei de novo


E porque foram dias de estudos, conheceres, descansos agitados. Vi nossas ideias em muitas bocas. Vi muitas bocas entoando as mesmas palavras. Palavras de busca, de encontro, de fé. Uma fé diferente. No outro, num plano, no si para construir. Beleza. Vi beleza na indignidade. Valas não fizeram cair sonhos. Foram espaços cheios de braços, consciências, vontades. Vi círculos girando coletivo, me vesti de cirandas em noites de rio. Embriaguei-me com sorrisos de sambas, calypsos, carimbós. Misturas leves, quentes, brindadas por pés e corpos piauienses, cariocas, paraenses, capixabas, cearenses, paulistas... Vi caroés virarem repasse cultural.

Senti no efêmero o luminoso. Uns dias poucos pra grandes apertos. Quis subtrair pontuações quando conheci uns olhos negros, que me deixaram a lembrança do seu abraço num colar que tem seu cheiro.

Vi olhos aprendendo, olhos ensinando. Vi olhos que gritavam ansiosos pela transformação tão esperada. Utopia não é sonhar o impossível, li em alguns sorrisos. O Impossível é o concreto ali nos espaços, nas discussões, no repensar, no combater. Vi que formulações com pitadas de sonho são as mais belas formas de intervenção no real.

Fui ao Encontro. Encontrei vida, anseio, amigos, amor, causa, futuro. Pensei perspectivas, revi conceitos, provei deleites, vivi pedaços de Brasil, sonhei conjunto. Vi que essa sementinha, nascida no seio de qualquer opressão sofrida ou vista, que brota e floreia esperança, não é individual e isolada.

Ir ás ruas, provar do brado, compartilhar a voz do outro no mesmo tom, dá força à alma pra seguir na luta. Vi que deixar marcas na parede alheia é deixar o grito de que há algo errado. Ainda corre o risco de perceberem há tempo. Meu povo tem braços fortes moldados pela opressão. Por isso amo tanto as flores deixadas no caminho. Por isso não me canso tanto na luta deixada no caminho. Passos com flores em Encontros fazem encontrar lindeza na força. Fazem a gente se encontrar no caminho. Encontrar-se faz bem pra alma.

Enecom Pará 2011 – “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem...” (Rosa Luxemburgo). Foi lindo, agora partimos para a construção do Cobrecos Fortaleza 2012. Já escolhemos as flores. Vão ser girassóis.

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