Gosto de escrever como falo. Gosto de escrever como queria pensar. Queria escrever como gosto. Só fico aqui empurrando letras pruma tela de feixes de luz. Acho que estou recuperando uma luz que nunca tive nessa vida. Gosto de retas, curvas e círculos.
Mais ainda do círculo, princípio da vida. Até o que não é bola, roda. E me afundo em pensamentos anelares nessa minha cabeça redonda. E o vento bate
Sou curva. E toda curva. Uma semi-escoliose assola minha coluna. Meu início é melindroso. Uma inicial, um nome. Acho que a letra foi só o dedo delicado que passou na areia brincando rápido. Deu nisso. Curva. S. De resto, sou mais reta, do que lombar. Não há problemas, nunca gostei de excessos. Pretensão minha ficar aqui tentando traçar anatomia de letra. O l é reta. Também está no eu.
O bom das retas é poder quebrá-las. Desviar sempre dá prazer. O previsível é constante. A surpresa é eufórica. A surpresa quebra o constante. O constante quebrado é eufórico. Tudo é bom e ruim. As coisas só são como são pelo que não é. Eu queria ser todas as coisas. Mas logo me cansaria. Gosto de guardar euforia. Vou seguir na reta até tomar ganas de quebrar, sentir, não ser, cansar, guardar, dobrar na curva.
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